segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

2021, O Ano Morto

 O ano em que não houve sentimentos, somente uma significante irreconhecível palidez no reflexo; ausência de cores durante o dia e completa morosidade nos oceanos criativos. 


O vento não soprou

O Sol não acalentou

O frio não arrepiou

A noite não inquietou


O fogo não iluminou

A mente não criou

O músculo não contraiu

O sangue não fluiu


2021 foi um ano morto, mas somente porque não o vivi. Sei que alí estava e existia, que escrevia sua história, cantarolava seus cânticos e narrava seus causos. Mas eu só consegui ser espectador. 


E antes que este ano se acabe, finalmente venho limpar este mausoléu que com pó, ervas daninhas e teias de aranha, guarda os restos mortais de tudo o que um dia fez parte de mim. 

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