A verdade é que ainda estou perdido. Já não caminho só, mas as companhias não fazem frente às que coexistem em minha mente; que a cada dia tornam-se mais coerentes e tangíveis. Dessas eu desconfio e temo pois parte eu sei o que querem, o que pretendem e onde pretendem chegar. Dessas eu realmente não consigo me desvencilhar.
Porém algo é fato: nunca executei um plano nefasto. Nunca. Não tive culhões. Planejei, se planejei. O vi bem vestido, de cabelo penteado, roupa impecável e sorriso bonito. Seu olhar era vazio, de desespero. Poderia jurar que em um cruzar de olhos o som seria audível em outro planeta; certamente em outro sistema solar; quiça na galáxia mais próxima.
Ao contemplar o sorriso do feito, descobri que o tempo já não mais existia. O nascer havia padecido. Ser e estar não cabiam em seus espaços, e por maior que fosse a procura todos evitavam ser encontrados.
E alí, de repente, me encontrei. Foi desagradável. Inoportuno. Agarrei-me pela mão e como uma mãe desesperada gritei "Por onde andei? Por onde estive? Já não me amo?" e, para meu infortúnio, não ouvi resposta.